Prato de Hoje: Um filho de presente...
O título até parece estranho, mas é que hoje eu vou contar uma historinha pra vocês....
"A alguns anos atrás, numa terra distante havia um garotinho que era criado pela avó, pelo avô e pela madrinha. Fruto de um casamento que não deu certo, esse garotinho foi adotado pelos avós e fora criado pelos mesmos, sempre acompanhado de perto pela madrinha que era irmã de seu pai. "Lívia" e "Belarmino" era o nome dos avós e "Ninha" o nome da madrinha. O pai sempre fora um pai ausente, pois ainda era muito novo e não tinha assumido a responsabilidade de criar um guri, afinal, ter um filho com 19 anos era uma experiência completamente paralela ao mundo na qual ele vivia e que estava acostumado, mas o garotinho não o culpava por isso. Fazia bicos de caminhoneiro aqui e ali, e quase nunca estava em casa. Dava carinho pro filho, mas do jeito dele. A mãe fora embora para uma terra mais distante ainda e viveu a vida dela.
Ninha sempre amou o garotinho muito antes dele nascer. Um amor e um carinho inexplicáveis. Mal sabia ela o que a vida lhe guardara.
Os anos se passaram e o garotinho foi crescendo.... 8, 9, 10 anos... Nesse intervalo de tempo a madrinha arrumou um namoradinho... Um tal de Antonio Carlos. Sujeito bacana, trabalhador e apaixonado por Ninha.
Algum tempo depois, Ninha e Antonio Carlos resolveram se casar, notícia essa que foi recebida com entusiasmo por todos. Até o garotinho ficou empolgado!
Chegou o grande dia do casamento!!! Tudo muito lindo, arrumado, aquele corre-corre, parentes, família, amigos.... Casaram então!
Acontece que Lívia e Belarmino já tinham atingido uma certa idade e não estavam mais em condições financeiras e emocionais de continuar com o garoto. Foi então que Ninha resolveu arriscar tudo e fez a proposta: "Eu termino de criar o garoto!"
O desenrolar do processo eu não sei bem ao certo, afinal, essa é uma história que acontece numa terra muuuuito distante a muuuitos anos atrás. Só sei que o garoto foi então morar com a madrinha e com seu marido, o Antonio Carlos.
Chegue finalmente no ponto que eu queria chegar e que tem a ver com o título do texto... Ao contrário do que a maioria está pensando, o protagonista dessa história não é o garotinho, não são os avós, não é a madrinha.
O protagonista dessa história é aquele sujeitinho, magro e de óculos que mal tinha se casado com Ninha e já ganhou um filho de 11 anos de presente!
"Ninha e Antonio Carlos nem tiveram tempo de se curtirem e curtir o casamento. Optaram por não ter filhos, dedicando todo o tempo e atenção ao garotinho, agora um adolescente de 15 pra 16 anos, passando por todos aqueles problemas que adolescentes sempre passam. Foi uma fase difícil para os três. Recheado de discussões sem fim e de divergências de opinião, o então inocente garotinho havia crescido mais um pouco e se tornado um jovem de 18 anos.
Antonio Carlos tinha uma puta responsabilidade, afinal, sem experiência paterna nenhuma, já teve que saber lhe dar com todas as conturbações que um jovem passa na sua vida. Foi um pai do jeito dele, mas foi um pai.
O tempo passou e o jovem agora já tinha 21 anos e foi embora para ser padre. Ficaram para trás Ninha e Antonio Carlos, afinal, um descanso merecido."
Fim!
********************************
Tá, a história tá contada... Você deve ter se perguntado: "mas era essa a história?"
Pra você que está lendo, talvez não tenha muita importância, mas eu quero deixar aqui, nos anais da internet, registrado para o mundo todo o meu carinho, admiração, respeito e amor por essa figura paterna que foi o Antônio Carlos.
Que fim o garoto, os avós e Ninha e Antonio Carlos levaram eu não sei e nem me interessa também, mas o Antonio Carlos pra mim serviu como um exemplo de caráter e perseverança, e além disso tudo, de amor!
As vezes eu paro pra me colocar no lugar dele e penso:
"Puxa, quando eu casar eu quero curtir minha esposa por pelo menos uns 2 anos, fazer todos aqueles programas que recém-casados fazem, que é viajar só os dois nas férias, trepar na cozinha em pleno meio-dia, ir no cinema juntos e depois um jantarzinho romântico... Dai então quero ter um filho! Acompanhar a gravidez da minha esposa, sair de madrugada pra comprar sorvete com melancia pq ela tá com desejo... Depois ver o bebê nascer, cuidar, acordar de madrugada... Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro "papai"...
Acho que esse é o sonho de todos os homens, mas Antonio Carlos foi além disso!
Com um amor quase que divino, abriu mão de todos os seus sonhos e fantasias pela felicidade do próximo! Pela felicidade de Ninha e do garotinho!
Mal tinha casado e ganhou de presente um filho pronto, prestes a entrar em uma das piores fases da vida: a "aborrescencia"!
Antonio Carlos, não sei se você existe ainda, não sei se algum dia existiu ou se é só um mito contado de pai para filho, mas se você estiver lendo essas linhas agora, saiba que este que escreve é um fã, um admirador, um apaixonado por você!
Garanto que se o garotinho se tornou uma pessoa de bom caráter e que acredita em sonhos, ele deve grande parte disso a você! Talvez do seu jeito meio sem jeito de criar um adolescente, você ensinou muito mais com suas atitudes e sua história de vida do que qualquer pai biológico pudesse ter ensinado um filho.
Pai é quem cria, e o garoto, onde quer que esteja, tenho certeza que será eternamente grato por tudo, pois riqueza nenhuma no mundo vai poder recompensar o que você fez por aquele garotinho!
...mas se eu fosse aquele garoto, te diria assim:
"Antonio Carlos, meu pai... Te amo muito mais do que você pode imaginar, e mesmo sendo nossa relação tão diferente das dos outros pais e filhos, o amor que sinto por você quebra todos esses paradigmas de sangue e de cadeias de DNA. Um amor que nada mais é do que fruto da semente que você plantou em meu coração! Te amo por demais da conta!
De seu filho, que nem com a vida poderá pagar o que você fez por mim!"
"A alguns anos atrás, numa terra distante havia um garotinho que era criado pela avó, pelo avô e pela madrinha. Fruto de um casamento que não deu certo, esse garotinho foi adotado pelos avós e fora criado pelos mesmos, sempre acompanhado de perto pela madrinha que era irmã de seu pai. "Lívia" e "Belarmino" era o nome dos avós e "Ninha" o nome da madrinha. O pai sempre fora um pai ausente, pois ainda era muito novo e não tinha assumido a responsabilidade de criar um guri, afinal, ter um filho com 19 anos era uma experiência completamente paralela ao mundo na qual ele vivia e que estava acostumado, mas o garotinho não o culpava por isso. Fazia bicos de caminhoneiro aqui e ali, e quase nunca estava em casa. Dava carinho pro filho, mas do jeito dele. A mãe fora embora para uma terra mais distante ainda e viveu a vida dela.
Ninha sempre amou o garotinho muito antes dele nascer. Um amor e um carinho inexplicáveis. Mal sabia ela o que a vida lhe guardara.
Os anos se passaram e o garotinho foi crescendo.... 8, 9, 10 anos... Nesse intervalo de tempo a madrinha arrumou um namoradinho... Um tal de Antonio Carlos. Sujeito bacana, trabalhador e apaixonado por Ninha.
Algum tempo depois, Ninha e Antonio Carlos resolveram se casar, notícia essa que foi recebida com entusiasmo por todos. Até o garotinho ficou empolgado!
Chegou o grande dia do casamento!!! Tudo muito lindo, arrumado, aquele corre-corre, parentes, família, amigos.... Casaram então!
Acontece que Lívia e Belarmino já tinham atingido uma certa idade e não estavam mais em condições financeiras e emocionais de continuar com o garoto. Foi então que Ninha resolveu arriscar tudo e fez a proposta: "Eu termino de criar o garoto!"
O desenrolar do processo eu não sei bem ao certo, afinal, essa é uma história que acontece numa terra muuuuito distante a muuuitos anos atrás. Só sei que o garoto foi então morar com a madrinha e com seu marido, o Antonio Carlos.
Chegue finalmente no ponto que eu queria chegar e que tem a ver com o título do texto... Ao contrário do que a maioria está pensando, o protagonista dessa história não é o garotinho, não são os avós, não é a madrinha.
O protagonista dessa história é aquele sujeitinho, magro e de óculos que mal tinha se casado com Ninha e já ganhou um filho de 11 anos de presente!
"Ninha e Antonio Carlos nem tiveram tempo de se curtirem e curtir o casamento. Optaram por não ter filhos, dedicando todo o tempo e atenção ao garotinho, agora um adolescente de 15 pra 16 anos, passando por todos aqueles problemas que adolescentes sempre passam. Foi uma fase difícil para os três. Recheado de discussões sem fim e de divergências de opinião, o então inocente garotinho havia crescido mais um pouco e se tornado um jovem de 18 anos.
Antonio Carlos tinha uma puta responsabilidade, afinal, sem experiência paterna nenhuma, já teve que saber lhe dar com todas as conturbações que um jovem passa na sua vida. Foi um pai do jeito dele, mas foi um pai.
O tempo passou e o jovem agora já tinha 21 anos e foi embora para ser padre. Ficaram para trás Ninha e Antonio Carlos, afinal, um descanso merecido."
Fim!
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Tá, a história tá contada... Você deve ter se perguntado: "mas era essa a história?"
Pra você que está lendo, talvez não tenha muita importância, mas eu quero deixar aqui, nos anais da internet, registrado para o mundo todo o meu carinho, admiração, respeito e amor por essa figura paterna que foi o Antônio Carlos.
Que fim o garoto, os avós e Ninha e Antonio Carlos levaram eu não sei e nem me interessa também, mas o Antonio Carlos pra mim serviu como um exemplo de caráter e perseverança, e além disso tudo, de amor!
As vezes eu paro pra me colocar no lugar dele e penso:
"Puxa, quando eu casar eu quero curtir minha esposa por pelo menos uns 2 anos, fazer todos aqueles programas que recém-casados fazem, que é viajar só os dois nas férias, trepar na cozinha em pleno meio-dia, ir no cinema juntos e depois um jantarzinho romântico... Dai então quero ter um filho! Acompanhar a gravidez da minha esposa, sair de madrugada pra comprar sorvete com melancia pq ela tá com desejo... Depois ver o bebê nascer, cuidar, acordar de madrugada... Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro "papai"...
Acho que esse é o sonho de todos os homens, mas Antonio Carlos foi além disso!
Com um amor quase que divino, abriu mão de todos os seus sonhos e fantasias pela felicidade do próximo! Pela felicidade de Ninha e do garotinho!
Mal tinha casado e ganhou de presente um filho pronto, prestes a entrar em uma das piores fases da vida: a "aborrescencia"!
Antonio Carlos, não sei se você existe ainda, não sei se algum dia existiu ou se é só um mito contado de pai para filho, mas se você estiver lendo essas linhas agora, saiba que este que escreve é um fã, um admirador, um apaixonado por você!
Garanto que se o garotinho se tornou uma pessoa de bom caráter e que acredita em sonhos, ele deve grande parte disso a você! Talvez do seu jeito meio sem jeito de criar um adolescente, você ensinou muito mais com suas atitudes e sua história de vida do que qualquer pai biológico pudesse ter ensinado um filho.
Pai é quem cria, e o garoto, onde quer que esteja, tenho certeza que será eternamente grato por tudo, pois riqueza nenhuma no mundo vai poder recompensar o que você fez por aquele garotinho!
...mas se eu fosse aquele garoto, te diria assim:
"Antonio Carlos, meu pai... Te amo muito mais do que você pode imaginar, e mesmo sendo nossa relação tão diferente das dos outros pais e filhos, o amor que sinto por você quebra todos esses paradigmas de sangue e de cadeias de DNA. Um amor que nada mais é do que fruto da semente que você plantou em meu coração! Te amo por demais da conta!
De seu filho, que nem com a vida poderá pagar o que você fez por mim!"
Um comentário:
Linda história PAulinho, emocionante, a gratidão é o sentimento mais nobre no ser humano, parabens pela familia...
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